Aqui você pode encontrar textos e sugestões de atividades e também conhecer um pouquinho do trabalho realizado pelos alunos de nossa escola... Fique à vontade!
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Análise de tirinha.

1- Helga, no primeiro quadrinho, diz uma frase que é característica de que conhecida história infantil?
2- Ela chega a completar a frase? Comprove sua resposta.
3- O espelho foi sincero? Comprove sua resposta.
4- O que, provavelmente, aconteceria com o espelho se ele tivesse respondido de outra maneira?
Tirinhas.
Análise de
Tirinhas.

1- A tira inicia-se com
Cebolinha tendo que resolver um problema. Qual é este problema?
2- No segundo quadrinho,
Cebolinha enxerga uma possível solução para esse problema. Qual?
3- A expressão “quebrar o
galho” ganhou duplo significado no texto. O que significou a expressão
para Mônica e o que
significou para Cebolinha?
4- O problema de Cebolinha
foi resolvido?
5- Mônica percebeu o
engano que cometeu?
6- O que significam as
estrelas e a fumaça na cabeça de Cebolinha?
Dissertação.
Como fazer uma boa dissertação.
Quer fazer uma boa dissertação? Todos desejam ser bem
avaliados em suas dissertações, afinal, esse tipo de texto é cobrado na maioria
dos processos seletivos. Portanto, fique atento quanto às características dessa
modalidade textual. Muitos escrevem, escrevem e não procuram saber nem mesmo o
básico necessário para se fazer um texto dissertativo.
Então, seja cauteloso em sua dissertação quanto aos
seguintes pontos:
a) Verbos: os
verbos devem estar em terceira pessoa, ou seja, referindo-se a: ele, ela, eles,
elas.
b) Linguagem:
é formal, logo, obedece às normas gramaticais. Dessa forma, empregos de
expressões coloquiais, ou seja, da oralidade e gírias estão excluídas, tais
como: tá boa, o bofe lá, tampá o sol com a peneira, ninguém merece, isso está
cheirando mal, sem noção, camarada, etc.
c) Palavras:
devem ser usadas no seu sentido denotativo, literal, ou melhor, no que consta
no dicionário. Deixe o sentido figurado para as poesias e outros tipos de
textos.
d) Expressões:
é comum lermos: eu acho, na minha opinião, de acordo com que penso a esse
respeito, em redações dissertativas. No entanto, essas colocações são
redundantes, pois é um texto que mostra o ponto de vista do autor em relação a
um fato. Então, é redundante usar tais expressões, mesmo porque deve-se manter
a terceira pessoa do discurso.
e) Períodos:
devem ser objetivos e claros. De preferência, mais breves, pois períodos muito
longos geram confusão. Aproveite e verifique se a pontuação está correta: se o
ponto final está presente em cada ideia finalizada! Estará errada se as orações
estiverem emendadas por vírgulas, ocasionando o período longo e confuso.
f) Estrutura:
observe aqui a paragrafação, ou seja, a divisão por parágrafos e também se há
introdução, desenvolvimento e uma boa conclusão. Muitas vezes, esta última
parte é esquecida!
Por último observe se sua dissertação tem o mínimo de 15
linhas escritas e o máximo de 35 (tamanho exigido na maioria dos processos
seletivos, principalmente no ENEM).
Interpretação de poemas.
Exercícios de
interpretação
Texto 1
Cidadezinha cheia
de graça
Cidadezinha cheia
de graça
Tão pequenina que
até cauda dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...
Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo...
E fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!...
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo ( a triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda vida pode morar!
Cidadezinha... Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...
QUINTANA, Mario. Prosa & verso. Porto Alegre: Globo,
1978. P.5-6.
cismar: pensar, imaginar
Sina: sorte, destino
Texto 2
Cidadezinha
qualquer
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar...as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa & prosa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1987. P.22.
Texto 1
Cidadezinha cheia de graça
1. Cidadezinha
cheia de graça é um soneto. Esse nome deriva do italiano sonetto, que significa
“pequeno som”. Os sonetos são composições poéticas de catorze versos, dispostos
em dois quartetos (estrofes de quatro versos) e dois tercetos (estrofes de três
versos) e que possuem grande musicalidade.
a. Leia-o em voz
alta e responda: o que o torna tão musical?
b. Tendo em
vista esse poema, defina o que é um verso e o que é uma estrofe.
c. Quem é o eu
lírico do poema?
d. Em que
estrofe há palavras que explicitamente o denunciam?
e. Como a cidade
é vista pelo eu lírico?
f. Na cidade, um
elemento também parece ver o mundo, Que elemento é esse?
g. Explique o
verso: “ Fica cismando como é vasto o mundo!...”
h. Explique que
tipo de sentimento exprimem o uso dos diminutivos cidadezinha, pequenina,
burricos, igrejinha.
Texto 2
Cidadezinha qualquer
1. O que sugere
o título Cidadezinha qualquer ?
2. O poeta
descreve uma cidadezinha.
a. Que elementos
ele seleciona para descrevê-la?
b. Esses
elementos são suficientes para nos transmitir um retrato dela? Justifique sua
resposta.
c. Que palavras
do texto Cidadezinha cheia de graça serviram para descrever a cidadezinha de
Drummond?
3. Que efeito
produz a repetição da palavra devagar na segunda estrofe?
4. Leia:
“Devagar...as janelas olham.”
a. Relacione
esse verso a uma passagem do poema Cidadezinha cheia de graça.
b. O que podemos
entendem quando o poeta diz que as janelas olham?
5. Há um eu
lírico que, de alguma forma, se manifesta no poema? Explique.
Til.
Til.
Publicado inicialmente em
1872, José de Alencar documenta neste romance de sua fase regionalista (junto a
O Gaúcho, O Sertanejo e Tronco do Ipê) o cotidiano numa fazenda do interior
paulista do século XIX. Berta, também conhecida pelo apelido Til, é a típica
heroína romântica de alma bondosa que se sacrifica em prol de todos.
Resumo
Besita, moça pobre, porém das mais belas da região, é objeto de desejo tanto de Luis Galvão, jovem fazendeiro, quanto de Jão, um órfão que foi criado junto com Luis Galvão. A moça corresponde ao amor do rico fazendeiro, mas este não tem interesse em desposar Besita, pois ela é pobre.
Besita, moça pobre, porém das mais belas da região, é objeto de desejo tanto de Luis Galvão, jovem fazendeiro, quanto de Jão, um órfão que foi criado junto com Luis Galvão. A moça corresponde ao amor do rico fazendeiro, mas este não tem interesse em desposar Besita, pois ela é pobre.
Influenciada por seu pai,
Besita acaba casando-se com Ribeiro. Esse, logo após a noite de núpcias, parte
em viagem para resolver problemas relacionados a uma herança de família e fica
anos afastado. Durante o período em que Ribeiro não se encontra pela região,
Luis procura Besita, que o recebe achando tratar-se de seu marido. Desse
encontro nasce Berta.
Uma tarde, Ribeiro retorna
e, ao encontrar sua esposa com uma filha, descontrola-se e assassina Besita.
Jão não consegue evitar a morte dela, mas consegue salvar Berta, que passa a
viver com nhá Tudinha e seu filho Miguel. Zana, uma negra que vivia com Besita,
enlouquece após presenciar o assassinato desta. Jão torna-se capanga dos ricos
da região, cometendo várias mortes e tornando-se o temido o Jão Fera.
Quinze anos depois de
assassinar sua esposa, Ribeiro retorna irreconhecível e com o nome de Barroso.
Com o propósito de vingar-se de Luis Galvão, ele contrata Jão Fera, que não o
reconhece. Porém, Berta descobre os intentos de Ribeiro e consegue salvar Luis.
Em uma segunda tentativa,
dessa vez com a ajuda de alguns escravos da Fazenda das Palmas, Ribeiro
incendeia o canavial. Ao tentar apagar o fogo sozinho, Luis leva uma pancada na
cabeça. Quando está para ser lançado ao canavial em chamas, Luis é salvo por
Jão, que mata os responsáveis pelo incêndio, com exceção de Ribeiro.
Após isso, Jão Fera é
preso em Campinas. Sabendo da ausência desse, Ribeiro planeja uma outra
vingança, dessa vez contra Berta. Aproxima-se dela, que está com Zana, mas
nesse momento chega Jão (que tinha se libertado) e mata Ribeiro de forma
violenta. Brás, sobrinho de Luis com problemas mentais, leva Berta para ver a
cena. Ela foge horrorizada e João, sabendo que a moça o desprezava a partir de
então, entrega-se a polícia.
Convém neste ponto relatar
a relação entre Brás e Berta. O jovem Brás possui problemas mentais e é
completamente excluído em sua família. Apesar de Brás ser apaixonado por Berta,
ela não pode corresponder aos sentimentos do rapaz, resolvendo então ensinar o
abecedário e rezas a ele. Porém, o menino tem grandes dificuldades em aprender,
tendo apenas decorado o acento "til", que o encantava. Para facilitar
o aprendizado, Berta se autonomeia Til e passa a ensinar Brás relacionando cada
coisa com nomes de pessoas que ele conhecia.
Em certo momento, Luis
decide contar toda a verdade para sua esposa, D. Ermelinda. Em um primeiro
momento ela se entristece, mas depois passa a apoiar o marido e decide que ele
deve reconhecer Berta como filha. Dessa forma, os dois a procuram e contam
tudo, omitindo as partes desagradáveis.
Jão foge mais uma vez da
prisão e vai procurar Berta. Desconfiada que Luis Galvão e sua esposa escondem
algo, ela implora a Jão que conte toda a verdade sobre a história de sua mãe
Besita, o que Jão faz. Berta se emociona com a história e abraça Jão, dizendo
que ele sempre cuidou dela, sendo, então, seu pai.
Luis quer que Berta vá
morar com ele, mas ela nega e pede que ele leve Miguel. Todos partem e Berta
fica na fazenda com Jão Fera e Brás.
Lista de Personagens
As personagens de Til são arquétipos da sociedade brasileira do século XIX: os escravos, os aristocratas, o povo pobre. A sociedade da época estava estruturada basicamente em duas camadas sociais: de um lado os aristocratas, grandes latifundiários e escravocratas, e de outro lado estavam os escravos e a gente humilde do campo. Tanto na região rural, onde se passa o romance, quanto nas grandes cidades quase não há classe média.
Berta, Inhá ou Til: personagem central do livro, Berta, filha bastarda do fazendeiro Luis Galvão com Besita, é a representação típica da heroína romântica. Após a morte de sua mãe, passa a viver com nhá Tudinha e seu filho Miguel. Muito bonita e graciosa, atrai o carinho e o amor de todos, tendo contato inclusive com as pessoas mais desprezadas da região. Berta é personagem central e exerce grande influência sobre todas as outras personagens do livro.
Miguel: filho de nhá Tudinha, mostra-se apaixonado por sua irmã de criação, Berta (ou Inhá, como ele a chama). Por ser pobre, Miguel busca estudar para ascender socialmente e poder se casar com Linda.
Luis Galvão: dono da Fazenda das Palmas. Homem de muitas aventuras amorosas desde a juventude, é sempre protegido por seu "capanga" João Fera.
Linda: é filha de Luis Galvão e D. Ermelinda. Educada aos moldes da corte, mas amiga de Berta e Miguel, jovens de camada social inferior.
Afonso: irmão de Linda. Possui o mesmo espírito conquistador de seu pai e acaba se apaixonando por Berta, sem saber que esta é sua irmã de sangue.
Jão Fera ou Bugre: capanga dos ricos da região, é um homem temido. Sem conseguir salvar Besita, por quem era apaixonado, passa a proteger Berta após a morte de sua mãe.
Brás: sobrinho de Luis Galvão que sofria de ataques epiléticos e era débil mental. Era apaixonado por Berta (ele a chama de Til), que lhe ensinava o abecedário e rezas.
Zana: negra que trabalhava para Besita e que elouquecera após presenciar o assassinato de Besita.
Ribeiro ou Barroso: marido de Besita. Logo após a noite de núpcias, parte para longe e fica anos afastado. Ao voltar e encontrar a esposa com uma filha, planeja vingança e assassina Besita. Promete vingar-se de Luis Galvão e Berta.
D. Ermelinda: elegante esposa de Luis Galvão.
Sobre José de Alencar
José de Alencar nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1º de maio de 1829. Formado em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, teve intensa carreira política como deputado, ministro e outros cargos. Em 1856 publicou seu primeiro romance, Cinco Minutos, seguido por A Viuvinha (1857). Porém, foi apenas com O Guarani (1857), que José de Alencar torna-se um escritor reconhecido pelo público e pela crítica. Vitimado pela tuberculose, faleceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1877.
Lista de Personagens
As personagens de Til são arquétipos da sociedade brasileira do século XIX: os escravos, os aristocratas, o povo pobre. A sociedade da época estava estruturada basicamente em duas camadas sociais: de um lado os aristocratas, grandes latifundiários e escravocratas, e de outro lado estavam os escravos e a gente humilde do campo. Tanto na região rural, onde se passa o romance, quanto nas grandes cidades quase não há classe média.
Berta, Inhá ou Til: personagem central do livro, Berta, filha bastarda do fazendeiro Luis Galvão com Besita, é a representação típica da heroína romântica. Após a morte de sua mãe, passa a viver com nhá Tudinha e seu filho Miguel. Muito bonita e graciosa, atrai o carinho e o amor de todos, tendo contato inclusive com as pessoas mais desprezadas da região. Berta é personagem central e exerce grande influência sobre todas as outras personagens do livro.
Miguel: filho de nhá Tudinha, mostra-se apaixonado por sua irmã de criação, Berta (ou Inhá, como ele a chama). Por ser pobre, Miguel busca estudar para ascender socialmente e poder se casar com Linda.
Luis Galvão: dono da Fazenda das Palmas. Homem de muitas aventuras amorosas desde a juventude, é sempre protegido por seu "capanga" João Fera.
Linda: é filha de Luis Galvão e D. Ermelinda. Educada aos moldes da corte, mas amiga de Berta e Miguel, jovens de camada social inferior.
Afonso: irmão de Linda. Possui o mesmo espírito conquistador de seu pai e acaba se apaixonando por Berta, sem saber que esta é sua irmã de sangue.
Jão Fera ou Bugre: capanga dos ricos da região, é um homem temido. Sem conseguir salvar Besita, por quem era apaixonado, passa a proteger Berta após a morte de sua mãe.
Brás: sobrinho de Luis Galvão que sofria de ataques epiléticos e era débil mental. Era apaixonado por Berta (ele a chama de Til), que lhe ensinava o abecedário e rezas.
Zana: negra que trabalhava para Besita e que elouquecera após presenciar o assassinato de Besita.
Ribeiro ou Barroso: marido de Besita. Logo após a noite de núpcias, parte para longe e fica anos afastado. Ao voltar e encontrar a esposa com uma filha, planeja vingança e assassina Besita. Promete vingar-se de Luis Galvão e Berta.
D. Ermelinda: elegante esposa de Luis Galvão.
Sobre José de Alencar
José de Alencar nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1º de maio de 1829. Formado em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, teve intensa carreira política como deputado, ministro e outros cargos. Em 1856 publicou seu primeiro romance, Cinco Minutos, seguido por A Viuvinha (1857). Porém, foi apenas com O Guarani (1857), que José de Alencar torna-se um escritor reconhecido pelo público e pela crítica. Vitimado pela tuberculose, faleceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1877.
Sua obra, tida como uma
das maiores representações do Romantismo brasileiro, é dividida em quatro
fases. A primeira, a dos romances indianistas, tem suas maiores obras: Iracema
(1865), Ubirajara (1874) e O Guarani. A segunda fase, a dos romances
históricos, temos Minas de Prata (vol. 1: 1865; vol. 2: 1866) e Guerra dos
Mascates (vol. 1: 1871; vol. 2: 1873). A terceira fase é a dos romances
regionalistas e tem como representantes as obras O Gaúcho (1870), O Tronco do
Ipê (1871) e Til (1871). Por fim, a última fase é a dos romances urbanos, onde
temos Lucíola (1862), Diva (1864) e A pata da Gazela (1870).
Fonte:Guia do Estudante.
Capitães de Areia.
Capitães de Areia
O romance, que retrata o cotidiano de um grupo de meninos
de rua, procura mostrar não apenas os assaltos e as atitudes violentas de sua
vida bestializada, mas também as aspirações e os pensamentos ingênuos, comuns a
qualquer criança.
Resumo
No início da obra há uma série de reportagens fictícias que explicam a existência de um grupo de menores abandonados e marginalizados que aterrorizam a cidade de Salvador e é conhecido por Capitães da Areia. Após esta introdução, inicia-se a narrativa que gira em torno das peripécias desse grupo que sobrevive basicamente de furtos. Porém, apesar de certa linearidade, a história é contada em função dos destinos de cada integrante do grupo de forma a montar um quebra-cabeça maior.
O chefe do grupo Capitães da Areia é um jovem chamado Pedro Bala, um menino loiro e filho de um grevista morto no cais. Tinha ido parar na rua por volta dos cinco anos de idade e desde jovem já se mostrava corajoso e o mais capacitado a se tornar o líder das crianças. O grupo ocupava um trapiche abandonado na praia e era formado por mais de cinquenta crianças, sendo que algumas vão sendo apresentadas aos poucos durante a narrativa.
Uma delas era o Professor, que sabia ler e passava as noites lendo livros à luz de vela. Algumas vezes ele lia as histórias para os outros do grupo ou então criava as suas próprias narrativas a partir do que lera. Outra personagem que compõe o grupo é Gato, conhecido assim por ser tido como um dos mais bonitos ali. Quando entrou no grupo um dos meninos tentou se relacionar com ele, mas Gato não quis. Sendo muito vaidoso, tentava andar arrumado na medida do possível e de acordo com sua realidade de menino de rua. Gato se apaixona por uma prostituta chamada Dalva, que irá ter um romance com o jovem após ser abandonada por seu amante.
Outra personagem que merece destaque é Sem Pernas, um menino que uma vez fora pego pela polícia e por isso passou a ser um jovem amargo e que odiava a tudo. Por ser manco, às vezes era usado nos assaltos a casas: ele batia nas portas das casas dizendo que era um órfão aleijado e pedia ajuda. Ganhando confiança dos moradores, ele descobria o que tinha de valor na casa e depois relatava aos Capitães da Areia.
Por fim, outras personagens são: Volta Seca, que se dizia afilhado de Lampião e sonhava integrar o bando desse; Pirulito, um menino de forte convicção religiosa e que irá abandonar o roubo; Boa Vida, jovem esperto e que se contenta com pouco; e o negro João Grande, que tinha o respeito dos demais do grupo por sua coragem e tamanho. Ao lado dessas personagens centrais que formam o grupo, encontra-se ainda o Padre José Pedro, que era amigo dos meninos e procurava cuidar deles da forma que considerava mais correta, e a mãe-de-santo D. Aninha.
Em certo momento da narrativa, a varíola passa a assustar os moradores da cidade. Um dos meninos do grupo contrai a doença e é internado. Nessa altura, surge Dora e Zé Fuinha, cuja mãe também morreu por causa da varíola, e eles passam a integrar o bando. No início alguns jovens tentaram se relacionar com Dora, mas são impedidos por Pedro Bala, Professor e João Grande. Porém, Dora e Pedro Bala passam a ter certo envolvimento amoroso.
Certo dia alguns dos meninos foram pegos em um assalto, mas foram protegidos por Pedro Bala e somente ele e Dora foram levados presos. Ela foi levada para um orfanato, enquanto Pedro Bala foi torturado pela polícia e mantido preso em uma solitária por oito dias. Algum tempo depois, os meninos conseguem ajudar Pedro a se livrar do reformatório e partem para libertar Dora também. Porém, encontram-na muito doente e ela passa apenas mais alguns dias com os meninos antes de morrer.
Após a morte de Dora o grupo vai sofrendo algumas alterações. Pirulito parte com o Padre José Pedro para trabalhar com ele na igreja, Sem Pernas acaba morrendo em uma fuga da polícia e Gato vai para Ilhéus com Dalva, de quem é cafetão. Já Professor conseguiu entrar em contato com um homem que lhe oferecera ajuda e tornou-se pintor no Rio de Janeiro retratando as crianças baianas. Por fim, Volta Seca conseguiu se tornar um cangaceiro de seu “padrinho” Lampião. Após cometer muitas mortes e crimes, a polícia prende Volta Seca e ele é condenado.
Cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista que morrera em uma greve, Pedro Bala passa a se envolver em greves e lutas a favor do povo. Assim, movido por ideais comunistas e revolucionários, Pedro Bala passa o comando do bando para outro menino e parte para se tornar um militante proletário.
Narrador
O romance é narrado em terceira pessoa, por um narrador onisciente (que sabe tudo o que ocorre). Essa característica narrativa possibilita que seja cumprida uma tarefa facilmente notada pelo leitor: mostrar o outro lado dos Capitães da Areia. O narrador, ao penetrar na mente dos garotos, apresenta não apenas as atitudes que a vida bestializada os obriga a tomar, mas também as aspirações, os pensamentos ingênuos e puros, comuns a qualquer criança. O narrador não se esforça por ser imparcial; participa com seus comentários, muitas vezes sutis, mas sempre favoráveis aos Capitães da Areia.
Personagens
A obra não possui um personagem principal. Para indicar um protagonista, o mais apropriado seria apontar o conjunto do bando, ou seja, os Capitães da Areia como grupo. Isso porque as ações não giram em torno de um ou de outro personagem, mas ao redor de todos. Pedro Bala, o líder do bando, não é mais importante para o enredo do que o Sem-Pernas ou o Gato. Pode-se dizer que ele é o líder do bando, mas não lidera o eixo do romance. Daí a idéia de que o protagonista é o elemento coletivo, e cada membro do grupo funciona como uma parte da personalidade, uma faceta desse organismo maior que forma os Capitães da Areia.
Pedro Bala: líder dos Capitães da Areia, tem o cabelo loiro e uma cicatriz de navalha no rosto, fruto da luta em que venceu o antigo comandante do bando. Seu pai, conhecido como Loiro, era estivador e liderara uma greve no porto, onde foi assassinado por policiais.
Sem-pernas: deficiente físico, possui uma perna coxa. Preso e humilhado por policiais bêbados, que o obrigaram a correr em volta de uma mesa na delegacia até cair extenuado, Sem-Pernas conserva as marcas psicológicas desse episódio, que provocou nele um ódio irrefreável contra tudo e todos, incluindo os próprios integrantes do bando.
Gato: é o galã dos Capitães da Areia. Bem-vestido, domina a arte da jogatina, trapaceando, com seu baralho marcado, todos os que se aventuram numa partida contra ele. Além dos furtos e do jogo, Gato consegue dinheiro como cafetão de uma prostituta chamada Dalva.
Professor: intelectual do grupo, deu início às leituras depois de um assalto em que roubara alguns livros. Além de entreter os garotos, narrando as aventuras que lê, o Professor ajuda decisivamente Pedro Bala, aconselhando- o no planejamento dos assaltos.
Pirulito: era o mais cruel do bando, até que, tocado pelos ensinamentos do padre José Pedro, converte-se à religião. Executa, com os demais, os roubos necessários à sobrevivência, sem jamais deixar de praticar a oração e sua fé em Deus.
Boa-vida: o apelido traduz seu caráter indolente e sossegado. Contenta-se com pequenos furtos, o suficiente para contribuir para o bem-estar do grupo, e com algumas mulheres que não interessam mais ao Gato.
João Grande: é respeitado pelo grupo em virtude de sua coragem e da grande estatura. Ajuda e protege os novatos do bando contra atos tiranos praticados pelos mais velhos.
Volta Seca: admirador do cangaceiro Lampião, a quem chama de padrinho, sonha um dia participar de seu bando.
Dora: seus pais morreram, vítimas da varíola, quando tinha apenas 13 anos. É encontrada com seu irmão mais novo, Zé Fuinha, pelo Professor e por João Grande. Ao chegar ao trapiche abandonado, onde os garotos dormem, Dora quase é violentada, mas, tendo sido protegida por João Grande, o grupo a aceita, primeiro como a mãe de que todos careciam, depois como a valente mulher de Pedro Bala.
Padre José Pedro: padre de origem humilde, só conseguiu entrar para o seminário por ter sido apadrinhado pelo dono do estabelecimento onde era operário. Discriminado por não possuir a cultura nem a erudição dos colegas, demonstra uma crença religiosa sincera. Por isso, assume a missão de levar conforto espiritual às crianças abandonadas da cidade, das quais os Capitães da Areia são o grande expoente.
Querido-de-Deus: grande capoeirista da Bahia, respeita o grupo liderado por Pedro Bala e é respeitado por ele. Ensina sua arte para alguns deles e exerce grande influência sobre os garotos.
Sobre Jorge Amado
Jorge Amado nasceu em Itabuna (BA), em 10 de agosto de 1912, e passou a infância em Ilhéus. Aos 19 anos surpreendeu a crítica e o público com o lançamento do romance "O País do Carnaval". Desenvolveu uma literatura politicamente engajada e, nos anos seguintes, publicou "Cacau" (1933), "Suor" (1934), Jubiabá" (1935) e "Capitães da Areia" (1937).
Fez os estudos universitários no Rio de Janeiro, formando-se bacharel em ciências jurídicas e sociais. Em 1945 foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 e da primeira Câmara Federal após o Estado Novo. Perdeu o mandato em 1948, depois que o PCB foi colocado na ilegalidade. Deixou o Brasil e viveu cinco anos na Europa e na Ásia.
Com Gabriela, Cravo e Canela (1958) iniciou nova fase literária, marcada por um estilo picaresco, de personagens malandros e bufões. Morreu em 6 de agosto de 2001, em Salvador. É o romancista brasileiro mais traduzido e conhecido em todo o mundo.
Suas principais obras são: "O país do carnaval" (1930), "Suor" (1934), "Mar Morto" (1936), "Capitães da areia" (1937), "Gabriela, cravo e canela" (1958), "A morte e a morte de Quincas Berro d’Água" (1961), "Dona Flor e seus dois maridos" (1966), "Tieta do agreste" (1977), "Farda, fardão, camisola de dormir" (1979) e muitas outras.
No início da obra há uma série de reportagens fictícias que explicam a existência de um grupo de menores abandonados e marginalizados que aterrorizam a cidade de Salvador e é conhecido por Capitães da Areia. Após esta introdução, inicia-se a narrativa que gira em torno das peripécias desse grupo que sobrevive basicamente de furtos. Porém, apesar de certa linearidade, a história é contada em função dos destinos de cada integrante do grupo de forma a montar um quebra-cabeça maior.
O chefe do grupo Capitães da Areia é um jovem chamado Pedro Bala, um menino loiro e filho de um grevista morto no cais. Tinha ido parar na rua por volta dos cinco anos de idade e desde jovem já se mostrava corajoso e o mais capacitado a se tornar o líder das crianças. O grupo ocupava um trapiche abandonado na praia e era formado por mais de cinquenta crianças, sendo que algumas vão sendo apresentadas aos poucos durante a narrativa.
Uma delas era o Professor, que sabia ler e passava as noites lendo livros à luz de vela. Algumas vezes ele lia as histórias para os outros do grupo ou então criava as suas próprias narrativas a partir do que lera. Outra personagem que compõe o grupo é Gato, conhecido assim por ser tido como um dos mais bonitos ali. Quando entrou no grupo um dos meninos tentou se relacionar com ele, mas Gato não quis. Sendo muito vaidoso, tentava andar arrumado na medida do possível e de acordo com sua realidade de menino de rua. Gato se apaixona por uma prostituta chamada Dalva, que irá ter um romance com o jovem após ser abandonada por seu amante.
Outra personagem que merece destaque é Sem Pernas, um menino que uma vez fora pego pela polícia e por isso passou a ser um jovem amargo e que odiava a tudo. Por ser manco, às vezes era usado nos assaltos a casas: ele batia nas portas das casas dizendo que era um órfão aleijado e pedia ajuda. Ganhando confiança dos moradores, ele descobria o que tinha de valor na casa e depois relatava aos Capitães da Areia.
Por fim, outras personagens são: Volta Seca, que se dizia afilhado de Lampião e sonhava integrar o bando desse; Pirulito, um menino de forte convicção religiosa e que irá abandonar o roubo; Boa Vida, jovem esperto e que se contenta com pouco; e o negro João Grande, que tinha o respeito dos demais do grupo por sua coragem e tamanho. Ao lado dessas personagens centrais que formam o grupo, encontra-se ainda o Padre José Pedro, que era amigo dos meninos e procurava cuidar deles da forma que considerava mais correta, e a mãe-de-santo D. Aninha.
Em certo momento da narrativa, a varíola passa a assustar os moradores da cidade. Um dos meninos do grupo contrai a doença e é internado. Nessa altura, surge Dora e Zé Fuinha, cuja mãe também morreu por causa da varíola, e eles passam a integrar o bando. No início alguns jovens tentaram se relacionar com Dora, mas são impedidos por Pedro Bala, Professor e João Grande. Porém, Dora e Pedro Bala passam a ter certo envolvimento amoroso.
Certo dia alguns dos meninos foram pegos em um assalto, mas foram protegidos por Pedro Bala e somente ele e Dora foram levados presos. Ela foi levada para um orfanato, enquanto Pedro Bala foi torturado pela polícia e mantido preso em uma solitária por oito dias. Algum tempo depois, os meninos conseguem ajudar Pedro a se livrar do reformatório e partem para libertar Dora também. Porém, encontram-na muito doente e ela passa apenas mais alguns dias com os meninos antes de morrer.
Após a morte de Dora o grupo vai sofrendo algumas alterações. Pirulito parte com o Padre José Pedro para trabalhar com ele na igreja, Sem Pernas acaba morrendo em uma fuga da polícia e Gato vai para Ilhéus com Dalva, de quem é cafetão. Já Professor conseguiu entrar em contato com um homem que lhe oferecera ajuda e tornou-se pintor no Rio de Janeiro retratando as crianças baianas. Por fim, Volta Seca conseguiu se tornar um cangaceiro de seu “padrinho” Lampião. Após cometer muitas mortes e crimes, a polícia prende Volta Seca e ele é condenado.
Cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista que morrera em uma greve, Pedro Bala passa a se envolver em greves e lutas a favor do povo. Assim, movido por ideais comunistas e revolucionários, Pedro Bala passa o comando do bando para outro menino e parte para se tornar um militante proletário.
Narrador
O romance é narrado em terceira pessoa, por um narrador onisciente (que sabe tudo o que ocorre). Essa característica narrativa possibilita que seja cumprida uma tarefa facilmente notada pelo leitor: mostrar o outro lado dos Capitães da Areia. O narrador, ao penetrar na mente dos garotos, apresenta não apenas as atitudes que a vida bestializada os obriga a tomar, mas também as aspirações, os pensamentos ingênuos e puros, comuns a qualquer criança. O narrador não se esforça por ser imparcial; participa com seus comentários, muitas vezes sutis, mas sempre favoráveis aos Capitães da Areia.
Personagens
A obra não possui um personagem principal. Para indicar um protagonista, o mais apropriado seria apontar o conjunto do bando, ou seja, os Capitães da Areia como grupo. Isso porque as ações não giram em torno de um ou de outro personagem, mas ao redor de todos. Pedro Bala, o líder do bando, não é mais importante para o enredo do que o Sem-Pernas ou o Gato. Pode-se dizer que ele é o líder do bando, mas não lidera o eixo do romance. Daí a idéia de que o protagonista é o elemento coletivo, e cada membro do grupo funciona como uma parte da personalidade, uma faceta desse organismo maior que forma os Capitães da Areia.
Pedro Bala: líder dos Capitães da Areia, tem o cabelo loiro e uma cicatriz de navalha no rosto, fruto da luta em que venceu o antigo comandante do bando. Seu pai, conhecido como Loiro, era estivador e liderara uma greve no porto, onde foi assassinado por policiais.
Sem-pernas: deficiente físico, possui uma perna coxa. Preso e humilhado por policiais bêbados, que o obrigaram a correr em volta de uma mesa na delegacia até cair extenuado, Sem-Pernas conserva as marcas psicológicas desse episódio, que provocou nele um ódio irrefreável contra tudo e todos, incluindo os próprios integrantes do bando.
Gato: é o galã dos Capitães da Areia. Bem-vestido, domina a arte da jogatina, trapaceando, com seu baralho marcado, todos os que se aventuram numa partida contra ele. Além dos furtos e do jogo, Gato consegue dinheiro como cafetão de uma prostituta chamada Dalva.
Professor: intelectual do grupo, deu início às leituras depois de um assalto em que roubara alguns livros. Além de entreter os garotos, narrando as aventuras que lê, o Professor ajuda decisivamente Pedro Bala, aconselhando- o no planejamento dos assaltos.
Pirulito: era o mais cruel do bando, até que, tocado pelos ensinamentos do padre José Pedro, converte-se à religião. Executa, com os demais, os roubos necessários à sobrevivência, sem jamais deixar de praticar a oração e sua fé em Deus.
Boa-vida: o apelido traduz seu caráter indolente e sossegado. Contenta-se com pequenos furtos, o suficiente para contribuir para o bem-estar do grupo, e com algumas mulheres que não interessam mais ao Gato.
João Grande: é respeitado pelo grupo em virtude de sua coragem e da grande estatura. Ajuda e protege os novatos do bando contra atos tiranos praticados pelos mais velhos.
Volta Seca: admirador do cangaceiro Lampião, a quem chama de padrinho, sonha um dia participar de seu bando.
Dora: seus pais morreram, vítimas da varíola, quando tinha apenas 13 anos. É encontrada com seu irmão mais novo, Zé Fuinha, pelo Professor e por João Grande. Ao chegar ao trapiche abandonado, onde os garotos dormem, Dora quase é violentada, mas, tendo sido protegida por João Grande, o grupo a aceita, primeiro como a mãe de que todos careciam, depois como a valente mulher de Pedro Bala.
Padre José Pedro: padre de origem humilde, só conseguiu entrar para o seminário por ter sido apadrinhado pelo dono do estabelecimento onde era operário. Discriminado por não possuir a cultura nem a erudição dos colegas, demonstra uma crença religiosa sincera. Por isso, assume a missão de levar conforto espiritual às crianças abandonadas da cidade, das quais os Capitães da Areia são o grande expoente.
Querido-de-Deus: grande capoeirista da Bahia, respeita o grupo liderado por Pedro Bala e é respeitado por ele. Ensina sua arte para alguns deles e exerce grande influência sobre os garotos.
Sobre Jorge Amado
Jorge Amado nasceu em Itabuna (BA), em 10 de agosto de 1912, e passou a infância em Ilhéus. Aos 19 anos surpreendeu a crítica e o público com o lançamento do romance "O País do Carnaval". Desenvolveu uma literatura politicamente engajada e, nos anos seguintes, publicou "Cacau" (1933), "Suor" (1934), Jubiabá" (1935) e "Capitães da Areia" (1937).
Fez os estudos universitários no Rio de Janeiro, formando-se bacharel em ciências jurídicas e sociais. Em 1945 foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 e da primeira Câmara Federal após o Estado Novo. Perdeu o mandato em 1948, depois que o PCB foi colocado na ilegalidade. Deixou o Brasil e viveu cinco anos na Europa e na Ásia.
Com Gabriela, Cravo e Canela (1958) iniciou nova fase literária, marcada por um estilo picaresco, de personagens malandros e bufões. Morreu em 6 de agosto de 2001, em Salvador. É o romancista brasileiro mais traduzido e conhecido em todo o mundo.
Suas principais obras são: "O país do carnaval" (1930), "Suor" (1934), "Mar Morto" (1936), "Capitães da areia" (1937), "Gabriela, cravo e canela" (1958), "A morte e a morte de Quincas Berro d’Água" (1961), "Dona Flor e seus dois maridos" (1966), "Tieta do agreste" (1977), "Farda, fardão, camisola de dormir" (1979) e muitas outras.
Fonte:Guia do Estudante.
Os 10 pecados mortais de uma narrativa.
Sempre que acabamos de escrever um texto narrativo, lá vem a
mesma pergunta nos atormentando: será que ficou bom? Ao recebermos de volta
nossa redação corrigida, vemos que falhamos em alguns aspectos, que poderíamos
evitar alguns erros. Este artigo foi escrito pensando nisso: como evitar os
"pecados" mais freqüentes da narrativa? Pois bem, vamos dividir os
tais "pecados" em dez tipos mais freqüentes e tentar não cometê-los.
1. Uso e mau uso das
palavras.
Você sabe muito bem que as palavras funcionam como matéria-prima
para a construção de qualquer texto. No entanto, elas também são como uma faca
de dois gumes, fique atento.
Um defeito que um bom texto jamais deverá apresentar é a
repetição de palavras sem fins estilísticos. Claro que não estamos falando de repetições
intencionais como as anáforas, por exemplo, mas daquele tipo que desgasta a
narrativa e empobrece, inclusive, seus significados. Veja o exemplo:
"A menina esteve sentada ali durante toda a tarde.
Coitada da menina, não sabia que a consulta duraria tanto e que sua mãe
ficaria, então, preocupada. A menina pediu para telefonar e falou com a mãe,
explicando-lhe a demora."
Dica: procure substituir os nomes por pronomes quando
perceber que você repetiu muito a mesma palavra.
2. Uso de clichês.
Nada mais devastador do que o clichê, entendendo-se como
clichê as repetições de expressões, idéias ou palavras que, pelo uso constante
e popularizado, nada mais significam.
Exclua de sua redação narrativa as expressões:
"lindo dia de sol", "abraço cheio de
emoção", "beijo doce", "ao pôr-do-sol", "faces
rosadas", "inocente criança", "Num belo domingo de
Primavera...", "família unida", "uma grande salva de
palmas", "paixão intensa".
Estes são apenas alguns exemplos, claro. E depende da
sensibilidade de cada um para captar os desgastes que as palavras e expressões
possuem.
3. Falta de
coerência interna.
Outro aspecto também muito desgastante: levando-se em
conta que uma narrativa é uma sucessão de acontecimentos que ocorrem em tempo e
espaço determinados, que envolvem ações feitas e recebidas pelas personagens, é
interessante que jamais percamos a coerência interna.
Precisamos ter atenção na construção do texto narrativo,
a fim de que ele, que é como se fosse um tapete num tear, não perca suas
qualidades de completude. Deixar pelo caminho situações mal desenvolvidas,
circunstâncias mal nomeadas ou esclarecidas dão sempre a ideia de desatenção,
pressa ou falta de cuidado com a tessitura do texto. Ele deve sempre parecer um
todo verossímil, capaz de convencer quem o leia. Imitação da vida ou
ultra-realidade, o texto não pode, a não ser por escolha do autor, como estilo,
parecer frágil em alguns aspectos, sem resistência de continuidade.
Mesmo que o tempo seja "cortado" e nele se
insiram os flashback, não permita que ele se fragmente e esses fragmentos
esgarcem a compreensão do que você imprimiu à sua história.
Dica: lembre-se de que a narrativa é como uma vida, um
trecho dela: há circunstâncias que, se retiradas, fazem-na tornar-se =
incompleta ou superficial.
4. Ausência de
características das personagens.
Quando construímos a personagem ou personagens, sabemos
que elas devem parecer verdadeiras, criaturas assemelhadas que são aos humanos.
Mesmo numa fábula ou num apólogo, em que animais ou coisas são personificados,
há uma tendência de caracterizá-las como criaturas do mundo real.
Uma personagem, sobretudo a protagonista, deve ter traços
fortes, típicos, particulares. Se você criá-las sem características
específicas, não há como ressaltar- lhe os atos e tomá-los significativos na
seqüência da narração.
Dica: uma boa personagem tem um cacoete qualquer; uma cor
de olhos, tiques, manias, gestos (passar a mão no cabelo, estalar os dedos ou
balançar a cabeça de um lado para o outro.)
5. Ausência de
características espaciais.
Outro problema que é muito complicado para quem escreve é
a caracterização do espaço onde ocorrem as ações. Muitas vezes, ele sequer
existe, como no trecho abaixo:
"Enquanto lá fora chovia intensamente, as crianças
pulavam aos berros sobre o sofá da sala."
Quando o corretor lê isso, sem mais nenhuma indicação
posterior, o que pode imaginar é um sofá no meio do nada e três crianças
pulando sobre ele... uma janela dependurada e lá fora a chuva intensa...
Este aspecto é tão importante que, freqüentemente, revela
estados de espírito, características psicológicas e intelectuais das
personagens.
Dica: não seja excessivamente minucioso, aborde aspectos.
Por exemplo: numa narrativa de terror ou suspense, em que uma determinada cena
vai se desenvolver no sótão ; ou no porão, é imprescindível que você, em dado
momento, indique - e descreva - os caminhos que conduzem a tais lugares.
6. Uso reiterado
de adjetivos.
Imagine se você lesse um início de narrativa assim:
"Numa linda, perfeita, maravilhosa, fantástica e
ensolarada manhã de primavera brasileira, aquela extraordinária jovem de
cabelos longos, negros e volumosos abriu a ampla janela para o belíssimo e
perfeito jardim..."
Diga a verdade: você aguentaria ler o resto? É evidente
que, ao descrever uma personagem ou o ambiente em que ela se encontra,
precisaremos da ajuda de adjetivos; mas saiba priorizá-los no uso, evitando
abundância desnecessária.
Uso ampliado de adjetivos também desgasta (como no
exemplo acima) o texto, banaliza-o e nada acrescenta a ele senão um certo
pernosticismo que todos queremos evitar.
7. Escrita
circular.
Qual é o tamanho correto que se deva dar a um texto
narrativo no vestibular? Rigorosamente, não há tamanho exato para nenhum tipo
de texto, muito menos os narrativos.
Mas convém não ultrapassar 40 ou 50 linhas para que não
incorramos num erro muito significativo: escrever "circularmente", ou
seja, repetir, infinitamente repetir, ao redor do mesmo tema, a mesma história
ou argumentos como uma espécie de bêbado que fala sempre a mesma coisa.
Escrever circularmente é como andar em círculos, sem que
possamos sair do lugar, investindo em algo que é importante para qualquer
narrativa: as ações novas que se encadeiam, a peripécia dos acontecimentos, a
seqüência que nos permita um bom fecho.
Dica: antes de começar a escrever, faça um breve roteiro
(não é um resumo) sobre como quer que a história se desenvolva. Ajuda muito e
nos auxilia a não nos perdermos em descaminhos.
8. Começo, meio e
fim...
Um bom texto narrativo deve seguir esta seqüência:
começo, meio e fim? Nem sempre. Muita gente, quando escreve, imagina que, para
ser compreendido, é preciso ser didático. Errado, pecado mortal.
Não acredite nisso. Uma outra pergunta que se faz muito
ao intentar um texto narrativo é se ele pode terminar em "aberto", ou
seja, apenas com a sugestão de fecho, aceitando a interferência, a interação
com o leitor que pode, de acordo com suas vivências e experiências,
"fechá-lo" à sua maneira. Isso é uma boa dica, acredite, para fazer
melhor o seu texto.
Experimente, por exemplo, começá-lo pelo clímax, assim
você rompe o lugar comum e chama mais a atenção do seu corretor, que tal?
9. Esquecendo uma
personagem.
Antes de começar o seu texto, lembre-se de ler com atenção
todas as recomendações do enunciado e não se esquecer de qualquer recomendação.
Sobretudo quando se trata de criar um determinado tipo de personagem. Se o
enunciado pedir a você que crie um detetive, uma mulher que lê mãos, um homem
misterioso de chapéu, tais pedidos, certamente, fazem parte fundamental do que
se pretende da narrativa.
Pior do que isso é começar a narrar e, após citar uma
personagem, esquecê-la, deixá-la de lado, não trazê-la ao fio da história para
que se desenvolva plenamente.
"Esquecer" uma personagem é ato narrativo
imperdoável.
10. Esquecendo uma
ação.
Por fim, nada pior que esquecer uma ação exigida pelo
enunciado.
Quando ele pede um determinado componente acional,melhor
prestar muita atenção e dar um contorno de relevância a isso. Normalmente, o
enunciado destaca o que pede como imprescindível.
E antes de passar a limpo a redação, vá ao rol de
exigências e confira se cumpriu todos os itens.
Há duas coisas que dão nota zero na hora de elaborar o
texto: fugir do modal, trocá-lo (pede-se, por exemplo, uma narração e você faz
uma dissertação..). A outra é esquecer os itens do enunciado, descumpri-los ou
relegar exigências fundamentais a circunstâncias secundárias.
terça-feira, 18 de junho de 2013
Texto para interpretação - Namoro.
NAMORO
O melhor do namoro, claro, é o ridículo. Vocês dois no
telefone:
-
Desliga você.
- Não,
desliga você.
- Você.
- Você.
- Então
vamos desligar juntos.
- Tá.
Conta até três.
-
Um...Dois...Dois e meio...
Ridículo agora, porque na hora não era não. Na hora nem os apelidos
secretos que vocês tinham um para o outro, lembra?, eram ridículos. Ronron.
Suzuca. Alcizanzão. Surusuzuca. Gongonha. (Gongonha!) Mamosa. Purupupuca...
Não
havia coisa melhor do que passar tardes inteiras no sofá, olho no olho,
dizendo.
- As
dondozeira ama os dondonzeiro?
- Ama.
- Mas
os dondonzeiro ama as dondonzeira mais do que as dondonzeira ama os
dondonzeiro.
-
Na-na-não. As dondonzeira ama os dondonzeiro mais do que etc..
E,
entremeando o diálogo, longos beijos, profundos beijos, beijos mais do que de
língua, beijos de amígdalas, beijos catetéticos. Tardes inteiras. Confesse:
ridículo só porque nunca mais.
Depois
do ridículo, o melhor do namoro são as brigas. Quem diz que nunca, como quem
não quer nada, arquitetou um encontro casual com a ex ou o ex só para ver se
ela ou ele está com alguém, ou para fingir que não vê, ou para ver e ignorar,
ou para dar um abano amistoso querendo dizer que ela ou ele agora significa tão
pouco que podem até ser amigos, está mentindo. Ah, está mentindo.
E
melhor do que as brigas são as reconciliações. Beijos ainda mais profundos,
apelidos ainda mais lamentáveis, vistos de longe. A gente brigava mesmo era
para se reconciliar depois, lembra? Oito entre dez namorados transam pela
primeira vez fazendo as pazes. Não estou inventando. O IBGE tem as
estatísticas.
Na
última briga deles, a Suzana conseguiu fazer chegar aos ouvidos do Alcyr que
estava saindo com outro. Um colega do trabalho. E o Alcyr fez a coisa sensata,
o que qualquer um de nós faria. Passou a espionar a Suzana escondido. Começou a
faltar a sua aula de especialização em ciências contábeis às 6 para ficar atrás
de uma carrocinha de pipoca, vendo se a Suzana saía do trabalho com o outro.
Rondava a casa da Suzana. Uma noite, uma sexta-feira, pensou ver a Suzana
entrar em casa com um homem - e não viu o homem sair da casa. Quatro da manhã e o Alcyr abraçado a uma
árvore, tremendo de frio, de olho fixo na porta. Todas as luzes da casa
apagadas e o Alcyr pensando, quase chorando: não pode ser, não pode ser. Como é
que o seu Amorim e a dona Laurita deixam? Eu, eles botavam na rua às onze e
meia. O outro, deixam dormir com a Suzana na sua própria cama. Porque a Suzana
só podia estar na cama com o outro. Àquela hora, não podiam estar mais no sofá,
ela chamando ele de Dondozeiro. Ou podia? Não podia. Podia, não podia, o Alcyr
não se agüentou, pulou a cerca, se agachou sob a janela da Suzana, bateu com o
joelho em alguma coisa, gritou, e quando o seu Amorim apareceu na porta dos
fundos e perguntou "Quem é que está aí?" tentou imitar um cachorro.
Não convenceu ninguém, claro, tanto que, dez minutos depois, estava sentado na
mesa da cozinha, tiritando, as calças sujas de barro, tomando o café da dona
Laurita com uma mão, e o outro braço em volta da cintura de Suzana. Sim,
reconciliados, abraçados, emocionados. Pois Suzana se enternecera com o ciúme
do seu Ipsilonezinho. Não havia outro nenhum, ela fora à farmácia com o pai, o
homem que ele vira entrar em casa com ela era o seu Amorim, bobo! Mas o que
realmente conquistara Suzana fora o ganido do Alcyr, tentando imitar um
cachorro. Só um homem muito apaixonado faria um ridículo daqueles. Em dois
meses estavam casados.
Até
hoje a Suzana conta a história do Alcyr ganindo no quintal, por mais que ele
peça para ela não contar. As crianças já cansaram de ouvir a história, os
amigos ouvem um pouco sem jeito. E a Suzana e o Alcyr não se tratam mais por
apelidos. Quando fala nele, ela diz "Esse daí". Mas que foi bom, foi.
Luís
Fernando Veríssimo.
VOCABULÁRIO
1) ENCONTRE, NO TEXTO, PALAVRAS QUE SIGNIFIQUEM:
a) equilibrada __________________b) uivo:
_____________________
c) tremendo: ___________________
2) O QUE O PERSONAGEM QUIS DIZER COM A EXPRESSÃO “QUE
HORAS TU LARGA”?
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
1) O EXTREMO DO RIDÍCULO, SEGUNDO O NARRADOR FOI:
a) imitar um cachorro para não ser descoberto c) convidá-la para um chope e) transar para fazer as pazes.
b) abraçar uma árvore.. d)
apelidar a pessoa amada.
2) NO TEXTO, CONSIDERA-SE QUE O MELHOR DO NAMORO É O
RIDÍCULO ASSOCIADO
a) aos apelidos carinhosos. c) às mentiras inocentes. e) aos telefonemas intermináveis.
b) às reconciliações felizes. d) às brigas por amor.
3) O QUE É, SEGUNDO O NARRADOR DO TEXTO, MELHOR DO QUE AS
BRIGAS?
Análise de texto.
BRINCADEIRA
Começou como uma brincadeira. Telefonou para um conhecido
e disse:
- Eu sei de tudo.
Depois de um silêncio, o outro disse:
- Como é que você soube?
- Não interessa. Sei de tudo.
- Me faz um favor. Não espalha.
- Vou pensar.
- Por amor de Deus.
- Está bem. Mas olhe lá, hein?
Descobriu que tinha poder sobre as pessoas.
- Sei de tudo.
- Co-como?
- Sei de tudo.
- Tudo o quê?
- Você sabe.
- Mas é impossível. Como é que você descobriu?
A reação das pessoas variava. Algumas perguntavam em
seguida:
- Alguém mais sabe?
- Outras se tornavam agressivas:
- Está bem, você sabe. E daí?
- Daí nada. Só queria que você soubesse que eu sei.
- Se você contar para alguém, eu...
- Depende de você.
- De mim, como?
- Se você andar na linha, eu não conto.
- Certo
Uma vez, parecia ter encontrado um inocente.
- Eu sei de tudo.
- Tudo o quê?
- Você sabe.
- Não sei. O que é que você sabe?
- Não se faça de inocente.
- Mas eu realmente não sei.
- Vem com essa.
- Você não sabe de nada.
- Ah, quer dizer que existe alguma coisa pra saber, mas
eu é que não sei o que é?
- Não existe nada.
- Olha que eu vou espalhar...
- Pode espalhar que é mentira.
- Como é que você sabe o que eu vou espalhar?
- Qualquer coisa que você espalhar será mentira.
- Está bem. Vou espalhar.
Mas dali a pouco veio um telefonema.
- Escute. Estive pensando melhor. Não espalha nada sobre
aquilo.
- Aquilo o quê?
- Você sabe.
Passou a ser temido e respeitado. Volta e meia alguém se
aproximava dele e sussurrava:
- Você contou pra alguém?
- Ainda não.
- Puxa. Obrigado.
Com o tempo, ganhou uma reputação. Era de confiança. Um
dia, foi procurado por um amigo com uma oferta de emprego. O salário era
enorme.
- Por que eu? – quis saber.
- A posição é de muita responsabilidade – disse o amigo.
– Recomendei você.
- Por quê?
- Pela sua discrição.
Subiu na vida. Dele se dizia que sabia tudo sobre todos
mas nunca abria a boca para falar de ninguém. Além de bem-informado, um
gentleman. Até que recebeu um telefonema. Uma voz misteriosa que disse:
- Sei de tudo.
- Co-como?
- Sei de tudo.
- Tudo o quê?
- Você sabe.
Resolveu desaparecer. Mudou-se de cidade. Os amigos
estranharam o seu desaparecimento repentino. Investigaram. O que ele estaria
tramando? Finalmente foi descoberto numa praia distante. Os vizinhos contam que
uma noite vieram muitos carros e cercaram a casa. Várias pessoas entraram na
casa. Ouviram-se gritos. Os visinhos contam que a voz que se ouvia era a dele,
gritando:
- Era brincadeira! Era brincadeira!
Foi descoberto de manhã, assassinado. O crime nunca foi
desvendado. Mas as pessoas que o conheciam não têm dúvidas sobre o motivo.
Sabia demais.
Luís Fernando Veríssimo. Comédias da Vida Privada. Porto
Alegre: L&PM, 1995, p.189-91)
Vocabulário
discrição: qualidade de discreto, isto é, de algo ou alguém que não chama a atenção, de pessoa que guarda segredo.
gentleman: palavra do inglês que significa “homem fino”, “cavalheiro”.
remoto: distante.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) Todo texto narrativo apresenta uma personagem
principal, à qual se dá o nome
de protagonista. Quando já uma personagem que se opõe às
ações e aos
interesses do protagonista, ela é chamada de antagonista.
No início do texto,
vemos que o protagonista “Descobriu que tinha poder sobre
as pessoas”.
a) O que as pessoas temiam?
b) Qual dos itens seguintes traduz o tipo de poder que
supostamente o protagonista tem?
( ) poder
econômico ( ) poder político (
) poder da informação
c) Quais das frases abaixo confirmam sua resposta
anterior?
( ) “Sei de
tudo” ( ) “Daí nada. Só queria que você soubesse
que eu sei.”
( ) “Se você
andar na linha, eu não conto.”2)
Procure no dicionário o significado da palavra impostor.
Impostor é
__________________________________________________________
a) De acordo
com a definição acima, você diria que o texto narra a história de um
impostor? Por quê?
________________________________________________________________
3) Há, a seguir, três falas de pessoas a quem a
personagem central disse “saber
de tudo”.
“ – Me faz um favor. Não espalha”.
“ – Alguém mais sabe?”
“ – Escute. Estive pensando melhor. Não espalhe nada
sobre aquilo.”
Compare essas frases e conclua: mais do que a própria
verdade, o que de fato preocupa as pesssoas.
4) Graças ao “silêncio”, o protagonista ocupa cargos de
confiança e “sobe na
vida”. Até que um dia as coisas mudam.
a) Qual dos ditos populares a seguir traduz a nova
situação vivida pelo protagonista.
( ) Antes tarde
do que nunca.
( ) O feitiço
virou contra o feiticeiro.
( ) Os últimos
serão os primeiros.
b) No caso das
vítimas, desconhecemos o segredo que elas guardavam. Contudo, no caso
da protagonista, sabemos qual é o seu segredo. O que
supostamente é o “tudo”
mencionado pela “voz misteriosa”?
c) O protagonista tem poder sobre as demais pessoas
porque supostamente tem
informações sigilosas sobre elas. Contudo, a partir do
momento em que ele se torna vítima
de sua própria “brincadeira”, quem passa a dominar
quem?
5) Quais dos itens seguintes, sintetizam as idéias
principais do texto? São dois.
a) Ter informações exclusivas equivale a ter poder sobre
as pessoas.
b) Melhor do que guardar segredos é não ter informações.
c) As pessoas geralmente guardam algum tipo de segredo
que as compromet socialmente.
d) A sociedade se organiza a partir de um jogo de
aparências, de falsos papéis sociais;
nesse jogo, a aparência vale mais do que a verdade.
ATIVIDADES GRAMATICAIS
1) Homônimos são
palavras que possuem a mesma pronúncia
(às vezes, a mesma grafia), mas significações diferentes. Parônimos são
palavras parecidas na grafia ou na pronúncia, mas com significações diferentes.
Com base nestas explicações, e com a ajuda do dicionário, complete corretamente
a cruzadinha a seguir.
a) O protagonista
do texto era ____________________ em enganar as pessoas. (experto – esperto)
b) Os amigos
enganados ____________________ o colega de trabalho. (absolveram – absorveram).
c) Antes mesmo do
____________________ ele dizia: “eu sei de tudo” (comprimento – cumprimento)
d) Depois de
desmascarado, apanhou tanto que teve o _____________ fraturado (externo –
esterno)
e) Não era
_________________ no que fazia, tinha experiência. (incipiente – insipiente)
f) Pela sua
__________________ será promovido na empresa. (descrição – discrição)
g) “gentleman”:
palavra do inglês que significa “homem fino”,
_____________ (cavaleiro – cavalheiro)
h) Fazia uma
________________ fiel dos segredos que as pessoas guardavam. (discrição –
descrição)

Interpretação textual.
A DESPEDIDA
Zeca entendeu tudo na hora. Deu um grande abraço no irmão. Trocaram um olhar, e meio que combinaram tudo, sem dizer nenhuma palavra. Foram detrás do prédio. Não acharam nenhum lugar de que gostassem. Caminharam um pouco mais e chegaram num terreno baldio. Pararam perto duma árvore, cavaram a terra com as pazinhas que tinham trazido. Enterraram o hamster no maior silêncio.
Cobriram a cova com a terra. Com tristeza, com dor, Zeca fez uma cruz com dois paus de madeira que encontrou pelo caminho e amarrou com elástico. Com uma caneta escreveram: “Olhos vermelhos. Dez meses de idade. Saudades de Edu e Zeca.”
Voltaram para casa chorando. Edu se apoiava em Zeca, que caminhava devagarinho, sentindo que a ocasião não era pra nenhuma estabanação Deu o tempo que o Edu precisava. Não disse nada, nem ouviu nada. Só silêncio e lágrimas rolando.
Em casa, Edu se trancou no quarto. Não quis saber de mais nada. Nem de jantar, muito menos de conversar ou ver tevê. Zeca até emprestou o seu videogame, mas nem isso animou o Edu. Deitado na cama, olhos fechados, coberto até o pescoço, porque estava sentindo frio, só pensava na falta que Olhos Vermelhos ia fazer. Chorou até dormir. Dormiu de cansaço.
Edu sofria, Zeca chamava o irmão pra ler suas revistinhas, mas Edu nem se interessava... A mãe insistia pra que ele fosse dar umas voltas, brincar com os amigos, jogar futebol, apostar corrida, pedalar na bicicleta. Ele só queria ficar em casa. Pensando.
Resolveu desenhar num caderno grosso tudo o que lembrava as aprontações e da carinha marota de olhos vermelhos. Ficava horas nisso... Tinha perdido alguém que adorava! E quem perde alguém tão querido não sai dando voltas por aí, procurando um jogo de futebol ou tomando sorvete na esquina. Os pais tinham que entender que perder o melhor amigo era duro. Muito duro. Talvez mais tarde encontrasse alguma coisa que o consolasse. Agora, por enquanto, nesse momento, não tinha nada, nadinha! Só um coração vazio.
(ABRAMOVICH, FANNY.IN: OLHOS VERMELHOS .SÃO PAULO: MODERNA ,1995.)
1-Após ler o texto responda:
a) Qual a relação entre o título do texto “Saudades” e o texto? Explique.
b) O título do texto poderia ser saudades? Por quê? Justifique.
b) Quem eram Edu e Zeca ? Comprove com palavras ou expressões do texto.
3. Dê sua opinião de acordo com o texto:
a) Qual dos dois personagens revela-se mais triste pela perda? Qual seria o motivo?
b) O que significa a palavra “tudo” do (1º parágrafo)?O que representa? Explique:
c) Zeca gostava de Edu? Escreva duas ações que estão no texto comprovando sua resposta.
d) Que palavra no texto indica que Zeca não costumava emprestar seu videogame para seu irmão? Por quê? (4º parágrafo) .
e) Você concorda com a ideia expressa no último parágrafo? Por quê? Explique. “E quem perde alguém tão querido assim não sai dando voltas por aí, procurando um jogo de futebol ou tomando sorvete na esquina.”
4. Vivenciando o texto:
a) Você já perdeu algo ou alguém que amava muito? Relate sua experiência, se desejar.
b) Por que existe o hábito de representar a morte com uma cruz e o nascimento com uma estrela?
c) Você já foi consolado por alguém? O que sentiu na ocasião? Relate sua experiência.
d) Você já consolou alguém? Você gosta de animar alguém triste? Por quê?
e) Você já consolou alguém? Você gosta de animar alguém triste? Por quê?
f) Como você reage, quando fica triste?
5. Reescreva as seguintes expressões, dando-lhes sentido contrário.
a) Os pais tinham que entender que perder o melhor amigo era duro.
b) Voltaram para casa chorando e caminhavam devagarinho.
c) Zeca enxergava bem.
d ) Esquecer seu amiguinho era fácil.
7. Retire do texto 4 adjetivos do texto:
Analisando tirinhas.
Analisando.
1. Na tira, há uma expressão que é usualmente empregada em seu sentido figurado. Qual é ela? Explique o que significa e em que contexto é utilizada.
2. O humor da tira é produzido pelo sentido que essa expressão adquire no jogo dessas aves. Que sentido é esse?
3. Que elementos da tira contribuem para a construção desse sentido?
Para responder às questões 4 e 6, observe a tira.
4. Para responder de modo adequado à primeira pergunta, o homem de terno verde deve interpretá-la de uma determinada maneira. Explique como ela foi interpretada pelo homem de terno verde?
5. O que, na tira, indica que foi dada outra interpretação à pergunta inicial? Que termo, na fala inicial, desencadeou a segunda interpretação? Por quê?
6. Considerando o contexto em que as duas personagens se encontram, essa segunda interpretação é possível? Explique.
1. Na tira, há uma expressão que é usualmente empregada em seu sentido figurado. Qual é ela? Explique o que significa e em que contexto é utilizada.
2. O humor da tira é produzido pelo sentido que essa expressão adquire no jogo dessas aves. Que sentido é esse?
3. Que elementos da tira contribuem para a construção desse sentido?
Para responder às questões 4 e 6, observe a tira.
4. Para responder de modo adequado à primeira pergunta, o homem de terno verde deve interpretá-la de uma determinada maneira. Explique como ela foi interpretada pelo homem de terno verde?
5. O que, na tira, indica que foi dada outra interpretação à pergunta inicial? Que termo, na fala inicial, desencadeou a segunda interpretação? Por quê?
6. Considerando o contexto em que as duas personagens se encontram, essa segunda interpretação é possível? Explique.
Assinar:
Postagens (Atom)